sábado, 6 de novembro de 2010

Sem lugar.

Dia desses, o mundo me acordou. 
Me acordou tão 'hã?', que tudo parecia 'hein?'.
Me senti estranha. Absolutamente sem lugar.
Tudo estava normal, ou anormal demais.
Talvez, era apenas uma metade de mim.
Uma metade de mim apenas, acordada.
Mas e o resto?
Me senti estranha. Diante do mundo, diante das pessoas, diante da felicidade.
O mundo parecia tão alto, mas eu, lá em baixo.
Não sabia se era normal. Afinal, não era a primeira vez.
Os sorrisos me pareciam falsos e os amores, ilusões. 
As músicas pregavam os meus ouvidos. E o meu sono, me aconchegou.
Eu queria mesmo é sorrir. Eu queria conversar, gritar, dançar, pular.
Mas nada era conivente com isso. 
Eu pretendia dormir, já que nada mais me aparecia.


As vezes, o mundo me acorda assim..
Meio sem jeito, sem lugar.
Sentindo tudo tão insignificante, que as vezes parece ter significado demais.
Implícito, claro.
"Dias melhores virão", era tudo o que eu conseguia pensar.
Custei a admitir, mas tudo parecia banalidade. Distante demais, talvez.
É como "perder o vazio", "empobrecer"..
Mas a fé, me protegeu. 
Olhei no espelho, e vi.
Foi estranho demais, perceber quão injusta eu era.
Tenho casa, tenho colo, tenho tudo, mas não tenho nada.


Hoje, eu acordei assim. 
O mundo me assustou, e eu levantei num pulo só.
As coisas estão estranhas, banais. 
E a escuridão do meu sono, do meu sonho, me parece a minha unica luz.


"Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante?
Quem sabe o amor tenha chegado ao final?"


Um comentário:

  1. "Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante?
    Quem sabe o amor tenha chegado ao final?"

    Profundo...

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